Após o anúncio da colaboração, alguns clientes transfóbicos anunciaram um boicote e de fato houve queda de vendas em alguns lugares dos Estados Unidos, mas tirando esses casos isolados as ações da Anheuser-Busch Inbev, que controla a Bud Light, bateram recorde nos últimos dias.
Dylan Mulvaney possui uma série em seu canal no TikTok, onde trabalha uma espécie de diário da transição, chamada “Dias da infância”. Em um desses vídeos, ela recebeu uma lata personalizada da Bud Light com seu rosto estampado, isso foi o suficiente para os conservadores iniciarem um boicote à marca.
O ápice do boicote foi um vídeo de Kid Rock, um músico famoso por ser conservador, no qual ele se filma atirando em latas da Bud Light. O que acabou gerando mais buzz para a marca, após isso, várias matérias falando sobre a queda nas vendas da cerveja foram geradas por diversos sites em todo o mundo.
Segundo a revista financeira “The street“, o preço das ações da empresa controladora da Bud Light cresceu muito, a publicação acrescentou que as ações continuam a crescer e já são superiores ao seus concorrentes, subindo mais de 15% em comparação com a mesma quinzena no mês passado.
A vice-presidente de marketing da empresa, Alissa Heinerscheid, já havia concedido entrevista para um podcast e falou que a marca deveria se tornar mais inclusiva ou sair do mercado, e que se a cerveja não conseguir atrair novos consumidores jovens, não haverá futuro para a Bud Light.
“Eu trouxe para isso uma crença no que significa evoluir e elevar. Significa inclusão, mudança de tom, significa ter uma campanha que seja verdadeiramente inclusiva e pareça mais leve, brilhante e diferente, e atraente para mulheres e homens. A representação é o coração da evolução.” Explicou Alissa.
Heinerscheid é a primeira mulher a liderar a Bud Light nos 40 anos de história da marca, e fala que seu maior desafio é trazer pessoas que não tiveram oportunidade e que está realmente comprometida com a representatividade feminina.
“É uma dinâmica interessante para uma mulher em uma indústria dominada por homens como a da cerveja, tem sido um longo caminho. (…) Tenho que priorizar trazer outras pessoas ao longo da jornada. Comunidade e mulheres, isso não significa nada, a menos que eu esteja impactando positivamente outras pessoas, então isso tem sido incrivelmente importante para mim.” Conclui.
Apesar dos ataques de clientes LGBTfóbicos, a marca tem apoiado a representatividade LGBTQIA+ há um bom tempo. Em 2019, a marca lançou garrafas nas cores do arco-íris em uma edição limitada para os estados unidos e prometeu doar um dólar para Instituições de caridade LGBTQIA+ a cada caixa vendida
Cada vez mais as marcas estão procurando evoluir e atrair novos clientes, o mercado mudou, o público está bem menos conservador e trazer novas parcerias mais diversas, pode mudar a história de uma marca.
Willamys Guthyers